mãe e filho atravessando a rua

Você quer que seu filho sobreviva ou viva feliz?

Como agir com as crianças quando nos desobedecem ou fazem birra. Ou como estabelecer regras e impor limite?

Todas essas questões estão sempre presentes. E são dúvidas que angustiam muito os pais.

Muitas teorias, muitos achismos, muitos palpites…e nós mães e pais, ficamos sem direção.

Ficamos perdidos!

Como chamar a atenção do meu filho? Como estabelecer regras? Gritar resolve? Deixar de castigo ou um tapa bem dado no bumbum resolve tudo?

Vou colar um trecho de um livro para refletirmos:

“Outro dia Jessica foi a cidade com o filho Sebastian, que estava com quase três anos de idade. Ele estava em uma bicicletinha sem pedais e começou a atravessar a rua, embora ela tenha berrado várias vezes para o menino parar.

Jessica correu em desespero, agarrando-o com força pelo braço e dando um puxão. Ela ficou assustada e muito transtornada, e na hora que ia gritar “quando eu disser para parar, me obedeça”. Percebeu que ele ia chorar de medo. Jessica teve que reunir forças, para enxergar de fora e avaliar o que estava fazendo.

Aquela não era uma reação que queria ter. Ela vasculhou sua mente em busca de outra forma de agora teve uma ideia. Parou, respirou fundo e baixou o tom, dizendo em uma voz calma, mas severa: “Você quer ficar com dodói? A mamãe não quer que você tenha um dodói. Está vendo os carros? Eles podem fazer dodói em você! ”

Sebatian prestou atenção no que ela dizia e concordou. “Carro, dodói”

“ Por isso, quando a mamãe disser para você parar obedeça, está bem? Assim os carros não fazem dodóis em você. ” Ele concordou sem chorar. Os dois se abraçaram, e Jessica sentiu que ele ainda assentia com a cabeça. “Carro, dodói”.

Cinco minutos depois, chegaram a outra faixa de pedestre. Jessica lhe disse para parar e ele parou. Sebastian, apontou para a rua e balançou a cabeça “Carro, dodói”.

Ela bateu palmas para que ele visse o quanto estava contente. Note que a Satisfação não vinha apenas por ele ter parado. Ela estava contente consigo mesma por ter parado – por ter impedido e alterado seu comportamento em um momento complicado. Não foi fácil, mas Jessica transformou uma situação tensa e potencialmente explosiva em outra, divertida e segura, cujo resultado deixou mãe e filho mais felizes”.

Esforço e dedicação são necessário para na obtenção de um retorno positivo. Para ser um bom pai ou mãe, é necessário um grau de altruísmo e autoconsciência. É fundamental, ficar de olho na forma como agimos quando estamos cansados, estressados, no limite de nossas forças – em nossa “configuração-padrão”, ou seja, o esquema de ação e reação a quem recorremos quando estamos cansados demais para pensar melhor.”

 

Após ler essa história, fico imaginando como é difícil parar e analisar nesse momento de descontrole, seja frente a um momento de birra, ou situação que coloque nossos filhos em risco. Quando estabelecemos uma regra e nossos filhos a quebram.

Parar, respirar, analisar e ainda conseguir redirecionar nossa ação parece impossível.

Quando situações difíceis acontecem, normalmente agimos em piloto automático e depois nos arrependemos. Mas aí, acontece outra situação estressante, e continuamos reagindo da mesma maneira. Mesmo aparecendo o arrependimento novamente.

Apenas nos arrependermos não é o suficiente para mudarmos nosso jeito de agir. Pode ser o primeiro passo, pois significa que aquela maneira não nos deixa feliz.

Não é fácil quebrar o padrão de reação e reprogramarmos um novo padrão mais adequado.

Quando calmos e conscientes, sabemos como queremos agir e qual padrão coerente desejamos ter.

Essa mudança requer muito esforço, não é fácil. Mas requer ainda mais desejo de mudar, e resiliência para alcançar o padrão de reação, que não ofereça risco ao desenvolvimento saudável de nossos filhos.

Continuar repetindo os padrões de nossos pais, e ainda justificar com “meus pais fizeram assim comigo e eu sobrevivi”.

Você tem certeza disso?

Nada que seja imposto por gritos, violência física (palmadas é agressão física), chantagem, medo, suborno, ou qualquer outra forma de agressão podem trazer resultados muito negativos para o desenvolvimento saudável da criança. Pois, dependendo do grau e da frequência da agressão, pode gerar estresse tóxico. Altamente prejudicial ao cérebro da criança. Podendo causar atraso no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem e problemas comportamentais.

Você não sabe, mas essas “dores” te acompanham, ou você não as estaria repetindo.

Por mais que tenhamos recebido um tipo de educação de nossos pais, eles fizeram o que acreditam ser o melhor. Era como a educação era determinada naquela época. eles vieram de uma educação em que era permitido palmatoria na escola.

Não significa que porque sobrevivemos devemos replicar na íntegra o sistema de correção e orientação educacional.

Hoje graças a evolução da ciência e pesquisas cientificas, sabemos o que não é adequado. E só porque nossos pais fizeram, não justifica seguirmos o mesmo padrão, sabendo que pode ser prejudicial à nossos filhos.

Somos gratos ao que nos trouxeram e tudo que fizeram por nós. Não precisamos negar nossa história, mas podemos adequá-la.

Evoluir e crescer sempre!

As regras, e as “correções”, devem ser estipuladas pelos pais, ou adultos responsáveis. E devem ser seguidas, sem negociação, sem exceção. Essa orientação não deve ser imposta aos gritos ou aos tapas. Mas por palavras simples, frases curtas e diretas, e com rigor.

Mas é o tom (não altura) da voz e suas expressões que deve demonstrar isso.

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Que o momento é sério, que você está seguro do que está dizendo e está certo de sua decisão. Que você sabe o que, e o porquê tomou essa decisão. Pode até parecer estranho, mas isso deixa a criança segura e transmite amor. Pois ela sabe que está protegida, ela entende melhor, registra e reproduz. Como no caso do Sebastian e da Jessica.

Por mais frustrante que possa ser para uma criança receber um “não”, ou uma bronca por sua ação. A maneira como a situação foi conduzida, ficou registrada. E o reconhecimento que a criança tem pelo cuidado que seus demonstram, supera o descontentamento com a situação. Ao contrário dos gritos, em que claramente demonstram que os pais perderam o controle, que não devem nem saber direito o que estão fazendo. Que gritam para pôr fim ao assunto, não dando importância à situação, aos sentimentos do filho e às suas razões.

Por isso, esse exercício deve ser realizado sempre! Em todos os momentos e situações todos os dias.

As regras devem ser claras e seguidas, e os limites devem ser estabelecidos.

Repito, não é fácil. Mas quando entendemos como queremos agir, como isso será benéfico para nosso filho e para nós, a mudança fica mais fácil e nós nos superamos.

Nos orgulhamos em sermos pessoas melhores e criarmos pessoas melhores.

Ouvir, entender e responder com assertividade, demonstra: cuidado, amor, importância e empatia. Habilidades essenciais para uma pessoa saudável e feliz. E não se esqueça que a criança aprenderá com suas ações e comportamento, não com suas palavras.

O que você quer para seu filho? Que ele sobreviva, ou que ele seja feliz?

Escolha sua opção e defina suas ações. Mude seus hábitos e dê exemplos que gostaria que seu filho seguisse. Seu filho merece ser feliz!

No livro SUPER GÊNIOS, falamos mais profundamente sobre esse assunto, no tema: Regras e Limites.

O trecho do livro supra citado é de “Crianças Dinamarquesas: o que as pessoas mais felizes do mundo sabem sobre criar filhos confiantes e capazes”. Alexander, Sandahl.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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