Para identificar problemas de baixa autoestima nas crianças é necessário lembrar que elas estão passando por diversos processos de aprendizado ao mesmo tempo. Inclusive, no que diz respeito a elaborar reflexões e verbalizar emoções.
Enquanto elas não desenvolvem essa habilidade, a atenção que os adultos dedicam a elas é uma grande aliada. Logo, se você conhece e observa a criança que está nos seus cuidados, principalmente seu comportamento, já deu um passo muito importante para conseguir auxiliá-la nos momentos difíceis.
A autoestima é a qualidade de quem se valoriza, se aceita como é e demonstra confiança em seus atos e julgamentos. Ela é construída na infância, dia após dia e acompanha as pessoas durante toda a vida.
Crianças que tem autoestima: não sentem medo de se expressar. Pensam boas coisas sobre si mesmas e se sentem orgulhosas dos trabalhos que executam bem. Como aquelas tarefas que elas trazem da escola só para mostrarem para a família.
Por outro lado, crianças com baixa autoestima: são extremamente autocríticas, costumam desistir de tarefas mais complexas, se sentem inseguras ou não tão boas quanto as outras crianças. Interagem com dificuldade e prestam muito mais atenção quando elas erram. Mas, por que alguém tão pequeno já carrega esse tipo de peso sobre os ombros?
A autoestima é o resultado de diferentes fatores, entre eles, a genética, as características pessoais pré-existentes, e os exemplos que a criança recebe, principalmente, em casa.
João, de apenas 05 anos, não aceitava desenhar sem uma borracha na outra mão, e uma régua ao seu lado. Não permitia que ninguém olhasse seu desenho até que ele terminasse, e nem sempre ele finalizava. Todos os traços eram com apoio da régua. Sempre queria um desenho para “copiar” e apagava o desenho o tempo todo. Às vezes, apagava tanto que até rasgava o papel. E aí começava o choro inconsolável. Nunca estava satisfeito com seus desenhos ou pinturas. Seus pais não entendiam o que acontecia, o motivo desse comportamento. E outros comportamentos como, o de nunca querer brincar com outros coleguinhas, desistir facilmente das atividades ou nem começar.
Ao contrário do que muita gente pensa, você não está ajudando o seu filho a construir autoestima ao dizer que ele é a melhor criança do mundo. Muito menos ao exagerar na hora de parabenizá-lo por conseguir uma boa nota, ou por ter lavado a louça.
Na verdade, é possível fazer uma criança se sentir bem sobre si mesma até mesmo quando ela falha.
A autoestima também é o resultado de experiências de sucesso e de fracasso. Pois ajuda a criança a lidar com a frustração de ter falhado e se sentir capaz em suas vitorias, tudo isso de maneira efetiva.
Quando seu filho aprende a ler, andar de bicicleta e amarrar o sapato. Ele se sente orgulhoso ao realizar essas atividades sozinho, se sente capaz. Quando ele vê que boas coisas acontecem depois que ele se esforça, vai além da zona de conforto e faz progressos em alguma tarefa, ele se sente realizado . E quando sente que está sendo auxiliado, acompanhado, compreendido e reconhecido pelos pais, ou outra pessoa próxima, as chances de auto aceitação e de desenvolver resiliência são maiores. Apoie seu filho, permitindo que ele faça por si só. E que possa pedir ajuda quando precisar. Deixe que tente à sua maneira, a criança não precisa realizar a tarefa exatamente como desejamos.
As brincadeiras, das mais variadas, são excelentes para o auto conhecimento e fortalecimento da autoestima.
Pois, de maneira lúdica e “sem responsabilidade” pode errar, acertar, tentar e reinventar a maneira de fazer. Sem sentir-se “culpado” pelos “erros” ou “dificuldades” encontrados.
Portanto, elogie seu filho, mas, faça isso com sabedoria. Se você fala que ele fez algo muito bem quando ele sabe que isso não é verdade, o elogio não é um reforço positivo. É melhor dizer algo como “Todos nós temos dias ruins, parabéns por você não ter desistido”. Até a forma de parabenizá-lo focando em resultados, como uma nota alta em determinada matéria, não é boa e pode influenciar a criança a evitar desafios que possam colocar essa boa reputação em risco. Ao invés disso, elogie o esforço e o progresso. Mostrando que você está percebendo o quanto ele está se dedicando a aprender piano, matemática e a manter o quarto arrumado.
A autoestima do seu filho, certamente, depende de muitos fatores. Mas certamente, o interesse, o carinho, o cuidado e paciência dos pais são os principais.
Fontes: