pai mãe bebê

Mãe suficientemente boa?

“O cuidado materno infantil suficientemente bom é uma necessidade absoluta.” –– Winnicot

Não vamos nos desesperar !!! Acredito que muitas questões tenham passado pela sua cabeça agora, mas calma. “Mãe suficientemente boa” não significa mãe perfeita, nem mãe “um pouco boa”.Então vamos entender melhor como o podemos ajudar nossos filhos a se desenvolverem emocionalmente.

A mãe inicia a formação da empatia e do apego pelo bebê, enquanto este ainda está em seu ventre. Isso é necessário para que, quando ele venha ao mundo, possa contar com esses sentimento e para fornecer-lhe cuidados essenciais às suas necessidades. Seu contato com o bebê, estimula e fortalece a interação e o vínculo afetivo.

cuidado materno infantil para o desenvolvimento do bebê
A mãe apresenta o mundo ao bebê por meio do cuidado materno infantil que ela oferece.

A mãe desenvolve uma sensibilidade aumentada, que traz a ela a capacidade de desligar-se a interesses pessoais e de outras pessoas para dedicar sua atenção ao bebê. Sendo assim, o cuidado materno infantil protege o processo de desenvolvimento da maturidade integral do bebê.

Outro fator importante para o desenvolvimento emocional saudável do bebê é como ele é carregado, como é pego nos braços. É pelo calor do corpo materno, pelo olhar nos olhos e pela presença que a segurança é transmitida.

Para Winnicott, o desenvolvimento do bebê passa por 3 estágios: dependência absoluta (até os 6 meses de idade), dependência relativas (dos 6 meses aos 2 anos), e o terceiro estágio, rumo à independência (após os 2 anos).

Quando o bebê nasce, precisa passar por uma grande adaptação às novas condições externas. Por isso, até os 3 meses as necessidades psicológicas e fisiológicas são supridas pelas atitudes afetivas da mãe. “Não faz sentido nesse período, a preocupação em estragar o bebê”. Excesso de colo, responder quando o bebê chora, alimenta- lo por livre demanda, não faz mal . Quando a mãe atendendo às suas necessidades nesse período inicial, ela existe para ele,o protege e supre suas necessidades. “Deixar o bebê chorar e esperar o alimento por muito tempo, confirma-se a sensação de um mundo cheio de perigo, desagregação e inseguro”. (Rosenbluth)

O período de dependência relativa refere-se ao período em que o bebê inicia sua compreensão intelectual. O cuidado é caracterizado como a mãe e o pai apresentam o mundo a ele. A educação, o carinho e o afeto devem ser compartilhados entre os pais, com papéis definidos e harmônicos entre si. Mesmo que indiretamente, o pai cumpre seu papel dando à esposa apoio e sentimento de segurança que são automaticamente transmitidos ao filho. (Salamonde).

A criança toma consciência da dependência de sua mãe, sendo a maior demonstração disso a angústia de separação. Que é caracterizada pela ausência da mãe. O bebê entende que precisa dela para se manter, e ainda não tem a consciência de que por ela não estar em seu campo de visão, continua a existir. Sendo assim o bebê passa pelo sofrimento de achar que sua mãe sumiu. Nesse período é muito comum o aparecimento do “cheirinho”, que é o objeto transicional. O objeto que traz o cheiro da mãe, relembra o cheiro de segurança e conforto enquanto ela não está perto.

O bebê começa a desenvolver a capacidade de entender que mesmo o que está longe e ele não possa ver, continua a existir. Esse processo tão difícil de separação desaparece com o tempo. Nós mãe precisamos ter a compreensão do que acontece e devemos redobrar nossa paciência e carinho.

A última fase, rumo a independência, a criança já tem condições de recordar os cuidados que recebeu, por isso, não tem mais tanta necessidade de cuidado ou da presença constante, o bebê já desenvolveu a confiança no meio ambiente.

Precisamos ter cuidado para não confundirmos o papel de mãe “suficientemente boa” com a superproteção. O que impacta na inibição do desenvolvimento da autonomia e independência infantil.

A mãe suficientemente boa, é a mãe que atende as necessidades de seu bebê. Como pode e com o que tem a oferecer, e não exite uma receita. Cada uma vai oferecer o que trouxe de sua historia e cultura familiar, para construir uma nova história.

“É importante crescer junto com o filho. Ao mesmo tempo que a mãe vai tendo uma independência do filho ela deve permitir que o filho também a tenha em relação a ela”. (Salamonde).

Esse cuidado materno infantil no incio da vida do bebê, fará muita diferença, na compreensão de mundo e principalmente no desenvolvimento emocional e do cérebro do bebê.

Referência: SALAMONDE, C. de M. O Eu e o não Eu: uma transição saudável.2.ed. São Paulo: Edicon, 1987.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima