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Quanto mais a criança brincar, menos estressada ela será!

Stuart Brown, um renomado psiquiatra, afirma que o cérebro humano é “instalado para brincar já no nascimento” (Brown & Vaughan, 2009).

Baseado em suas próprias entrevistas clínicas com adultos e crianças e também em sua análise de estudo em animais e humanos, ele conclui que brincar é exigido para o crescimento de um cérebro saudável.

Particularmente, brincar é essencial para o desenvolvimento daquelas partes do cérebro que exigem ajustes de comportamentos e emoções.

Estudos feitos em ratos jovens, demonstram um impacto direto do ato de brincadeiras motoras no desenvolvimento neurológico. Os ratos privados de brincar durante a infância não desenvolveram os lóbulos frontais medianos, centro do cérebro responsável por regular emoções (Bell, Pellis, & Kolb, 2010; Panksepp, 2007). Além disso, tornaram-se mais agressivos e antissociais quando colocados em gaiolas com outros ratos, o oposto dos animais que cresceram num ambiente rico em brincadeiras e que incluíam objetos para brincar, além de atividades motoras; eles também demonstraram maior capacidade de controle emocional, interações mais divertidas e maior capacidade de socialização.

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Sabemos que crianças são diferentes de animais, porém o desenvolvimento cerebral é bastante semelhante.

O que nos leva a concluir que poder brincar promove o crescimento cerebral.

Pesquisas em crianças nos mostram uma razão pra esta conexão do cérebro com o brincar. Um grupo de cientistas estudou o impacto que os cuidados com as crianças e o brincar têm na saúde cerebral (Watamura, Donzella, 6 Alwin, & Gunnar, 2003). Foi medida a quantidade de cortisol (hormônio produzido em situações de estresse, quanto maior o estresse, maior a taxa do cortisol no sangue) produzida em bebês durante um dia comum.

Altos níveis de cortisol são considerados uma ameaça ao desenvolvimento cerebral. Esse aumento pode trazer danos aos neurônios no lóbulo frontal (parte da frente do cérebro). Um achado preocupante nestas pesquisas são que o nível de cortisol em bebês que ficam em creches, que aumentou ao longo do dia. Quando eles estavam em casa, a verdade era oposta: os níveis de cortisol nestes bebês caiu durante o dia. Contudo, nas crianças em creches cujo comprometimento com o brincar ativamente e com a socialização são fortes, foram encontrados baixos níveis desse hormônio ao final do dia.

Essa implicação é clara: cuidadores e professores precisam incentivar as crianças a brincar ativamente e socializarem-se durante o período em que estão na escola, com momentos distintos entre atividades dirigidas e brincar livre e espontâneo, principalmente no final da tarde, quando o nível de cortisol se eleva naqueles que ficam em creches.

O brincar não somente promove o desenvolvimento motor, essa pesquisa sugere que também protege o cérebro infantil de ações causadas pelo estresse.

Fica a dica para algo muito importante a ser observado ao escolhermos escolas para nossos pequenos. E também para nos atentarmos quando estivermos com eles em casa. Normalmente recebemos longas listas das atividades oferecidas, como línguas, informática, artes, esportes. Porém estas pesquisas tem nos mostrado que o cérebro de uma criança necessita que ela brinque, explore, corra, pule. É isto que a tornará mais segura e capaz para aprender e desenvolver-se intelectual e emocionalmente.

o que faz as crianças felizes
Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria. O que faz uma criança feliz?

Além do brincar na escola, o brincar em casa também é fundamental! Por isso proporcionar momentos com nossos filhos de diversão e brincadeiras, são necessário para a estimulação do desenvolvimento cerebral. Apenas tv e tablet não oferecem os mesmos tipos de estímulos.

Brincar é essencial para o processo de aprendizagem !!!

Em outras pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, que ouviu 1.525 crianças brasileiras de 4 a 10 anos, apresentou que as próprias crianças preferem a presença de seus pais e irmãos durante as brincadeiras, que assistir televisão ou jogar videogame.

Portanto, não podemos culpas as crianças por nos trocarem por jogos eletrônicos.

Devemos nos questionar, sobre qual o ambiente estimulante e o quanto de nossa presença oferecemos. Muitos momentos são propícios a estimulação e interação com nossos filhos. Vamos aproveitar para nos envolvermos nessa relação afetiva e divertida que é o brincar.

Acompanhe os demais posts com dicas de estimulação e o que podemos fazer com nossos pequenos. Práticas, bem simples e surtem um grande efeito: diversão e aprendizagem.

*Nota: O cortisol é um hormônio que serve para ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial. Porém quando o cortisol está alto no sangue, pode causar alguns problemas para a saúde. Alguns exemplos são: perda de massa muscular, aumento do peso, dificuldade na aprendizagem. Além de baixo crescimento, lapsos de memória entre outros comprometimentos.
Referência: Center for Early Childhood Education Eastern Connecticut State University Author: Dr. Jeffrey Trawick-Smith. Imagem: medimagem.com.br

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